domingo, 20 de março de 2011

Pedagogia da Ternura

Não há quem não se queixe da violência. Não somente da agressão física, mas também de formas, se não evidentes, ainda sutis e perniciosas que dificultam e até impedem o viver com proficiência.

Agride-se o ser humano não somente subtraindo-lhe o que por direito lhe pertence, mas, sobretudo, negando-lhe os nutrientes indispensáveis à vida: reconhecimento, respeito, afeto e ternura. Carecemos de uma pedagogia da ternura que conduza os processos de criação e educação.

Este livro vem dar uma contribuição a pais, professores, psicólogos, assistentes sociais e tantos quantos têm como missão pessoal cuidar do outro, independentemente do momento em que cada um esteja na sua curva de desenvolvimento.

A ternura instrumentaliza o processo de formação pessoal, atendendo à singularidade de cada um, respeitando, desse modo, o patrimônio individual.


SUMÁRIO

  • Sobre o conteúdo
  • Sobre a pedagogia
  • Sobre a ternura
  • A figueira infrutífera
  • Analfabetismo afetivo
  • A verdade em compasso de ternura
  • Palavras impensadas
  • Acolhimento e encolhimento
  • A forma e o formato
  • Tortura pedagógica
  • Insistência pedagógica
  • Respostas prontas para situações inacabadas
  • Arquivo morto
  • A crítica sistemática
  • Não matarás
  • Necessidades educativas especiais
  • Terna adoção
  • Momento de desenvolvimento
  • Referências
DESTAQUES

O fracasso dos nossos esforços educativos deve-se, quase sempre, à dificuldade de percebermos (ou aceitarmos) que o outro, pelo receio de enfrentar uma situação de medo de aprender por se achar incapaz de conseguir o que dele se espera, prefere continuar no fracasso para não ser submetido a viver em uma situação que o deixe em sobressalto diante da expectativa alheia.

O encontro com as pessoas implica, muitas vezes, o desencontro com ideias, atitudes e ações inaceitáveis sem, no entanto, rejeitar a pessoa como semelhante e, ao mesmo tempo, como diferente, a quem, ternamente, podemos propor caminhos, referências e criar juntos trajetórias que, sendo paralelas, por isso mesmo, nos darão o ensejo de caminhar lado a lado com elas. A ternura se parece mais com o lado a lado do que com o face a face na relação entre as pessoas.

Há palavras que são pesadas como pedras que jogamos no fundo de um lago. Lá se acomodam sem sabermos o que acontecerá. Outras há que, de tão leves, se assemelham às penas dos pássaros que o vento dispersa sem saber aonde vão chegar. Umas e outras são interrogações. Talvez não consigamos mais arrancar a pedra que se alojou no fundo do lago e, muito menos, juntar as penas que o vento, na sua dança de improviso, espalhou pelo mundo afora. A palavra que dizemos é um pedaço de nós. Boa ou má, nobre ou perversa, estimulante ou desanimadora.

Há pessoas que, estando vivas, sentem-se mortas pela insensibilidade que delas se apoderou. Muitas vezes, porque lhes faltou a manifestação de ternura daqueles que estão ao seu redor. Na criança, a carícia corporal e as palavras compostas em uma declaração de amor; no adolescente, a presença que ora sustenta para evitar os riscos dos descaminhos e ora liberta para dar ensejo à incorporação da liberdade; no adulto o reconhecimento das lacunas vividas e a busca, às vezes titubeante, dos projetos que ainda não realizou; no adulto idoso, o reconhecimento de uma trajetória que se finda na esperança de uma forma qualquer de compreensão e aceitação do que lhe foi possível, mesmo que tenha sido pouco segundo as medidas da nossa expectativa. 


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